Como o investimento em design pode transformar sua empresa

A compreensão de como o usuário interage com o produto é uma força essencial no processo de evolução do design na empresa. Em um cenário cada vez mais dinâmico e acelerado pela inteligência artificial, onde a pressão por resultados cresceu, o tempo disponível para alcançá-los tornou-se reduzido. Esse contexto nos impulsiona a buscar resultados mais precisos e eficazes dentro de prazos menores, exigindo uma abordagem de design focada e ágil.

Um design estratégico focado em métricas de negócio consolidadas nem sempre faz parte da cultura de todas as empresas; essa abordagem precisa ser incorporada ao DNA da organização por meio de seus evangelizadores, os designers. No entanto, para avaliar o nível de maturidade da empresa em inovação, é fundamental entender como classificar essa maturidade e identificar o estágio em que ela se encontra. Esse conhecimento é essencial para que o designer atue como um promotor de mudanças, orientando a empresa a alcançar práticas de design cada vez mais avançadas e eficazes.

Entenda como funciona a classificação da maturidade em inovação

A classificação de maturidade em design ou inovação, como a aplicada no modelo de maturidade de UX da Nielsen Norman Group, ocorre por meio de estágios que refletem o grau de sofisticação e integração dessas práticas dentro da empresa. Cada estágio avalia aspectos como estratégia, processos, cultura e resultados.

Por exemplo, o modelo de maturidade de UX possui seis estágios, que vão desde um estágio em que a empresa nem reconhece o valor do design, até um estágio em que o design é totalmente integrado à cultura organizacional, sendo um motor para a inovação contínua. A classificação geralmente envolve a análise de como a organização aplica o design centrado no usuário, como ela investe em pesquisa e desenvolvimento, e a forma como o design influencia decisões estratégicas.

Para identificar o estágio da sua empresa, é essencial examinar esses fatores e refletir sobre como o design está sendo priorizado, suportado e praticado dentro da organização.

A seguir, apresentamos os estágios de maturidade do modelo e como superar os obstáculos típicos de cada um:

1. Ausente

Principal da fase: Neste estágio, a empresa não tem noção de Experiência do Usuário (UX). Não há um processo ou foco em design centrado no usuário, e as decisões são tomadas sem considerar as necessidades dos usuários.

Superando o obstáculo: O primeiro passo é educar a liderança e as equipes sobre a importância de UX, demonstrando como um bom design impacta a satisfação do cliente e o sucesso do negócio. Começar com pequenas iniciativas de pesquisa com usuários e testes de usabilidade pode ser uma boa maneira de introduzir a prática de UX.

2. Limitado

Principal da fase: Aqui, a experiência do usuário ainda não é uma prioridade estratégica, mas alguns membros da equipe começam a aplicar práticas de design em projetos isolados. O design centrado no usuário é mais uma questão de iniciativa individual do que uma abordagem organizacional.

Superando o obstáculo: O maior desafio é integrar essas práticas de forma consistente e estratégica. Isso pode ser feito criando um processo de design mais estruturado e educando mais pessoas sobre os benefícios do design centrado no usuário. Convencer a liderança de que a UX precisa ser integrada ao desenvolvimento de produtos é crucial.

3. Emergente

Principal da fase: A empresa começa a adotar a experiência do usuário de forma mais sistemática. Existe uma conscientização crescente sobre a importância de UX, e algumas equipes têm processos de design mais estabelecidos. No entanto, ainda existem lacunas significativas, especialmente em termos de recursos e colaboração interdepartamental.

Superando o obstáculo: Neste estágio, é importante melhorar a colaboração entre as equipes de UX, produto, marketing e tecnologia. Para superar os obstáculos, as empresas devem estabelecer processos mais claros de design e garantir que o design centrado no usuário seja uma parte fundamental de todos os projetos. Investir em treinamento e contratar especialistas em UX pode ajudar a impulsionar a maturidade.

4. Estruturado

Principal da fase: O design centrado no usuário já está bem estabelecido, com processos formais sendo seguidos. A empresa começa a ver os resultados de uma abordagem mais organizada para UX, como maior satisfação do cliente e melhorias nos produtos. No entanto, ainda pode haver resistência em algumas áreas ou falta de alinhamento total com a visão estratégica.

Superando o obstáculo: O desafio aqui é integrar completamente o design como uma função estratégica, não apenas operacional. Para superar isso, é importante alinhar UX com os objetivos de negócios e garantir que todos os departamentos vejam a experiência do usuário como uma prioridade. A comunicação entre as equipes deve ser fluida e contínua.

5. Integrado

Principal da fase: A experiência do usuário está profundamente integrada em todos os aspectos do processo de desenvolvimento. A empresa possui uma abordagem holística para UX, onde todas as equipes colaboram para criar soluções de design inovadoras e eficazes. O design centrado no usuário não é apenas uma prática de design, mas parte integrante da estratégia organizacional.

Superando o obstáculo: Embora a UX seja uma prioridade, o desafio pode ser a sustentabilidade e a inovação contínua. A chave para superar isso é garantir que a empresa invista continuamente em pesquisa de usuários e treinamento, além de manter uma mentalidade de melhoria constante.

6. Orientado ao Usuário

Principal da fase: No estágio mais avançado, a empresa é completamente centrada no usuário. O design é liderado por dados de pesquisa de usuários e é fundamental para a inovação e estratégias de negócios. A empresa não apenas entende a importância de UX, mas também a aplica de forma consistente em todas as suas operações e decisões. A UX se tornou um valor essencial da cultura organizacional.

Superando o obstáculo: O maior obstáculo neste estágio pode ser a complacência ou a resistência a mudanças, mesmo em uma organização madura. Para superar isso, é necessário manter a agilidade, inovação contínua e adaptação às novas necessidades e tecnologias dos usuários. Além disso, é importante medir e comunicar o impacto da UX no sucesso do negócio de maneira contínua.

Designer este é seu papel

O papel do design na promoção da maturidade de inovação nas empresas vai além da criação de interfaces ou soluções estéticas. Os designers são os principais agentes de transformação, ajudando a integrar práticas centradas no usuário nas estratégias organizacionais. Através de uma abordagem colaborativa, eles facilitam o diálogo entre equipes de diferentes áreas, assegurando que o design se torne uma função estratégica e não apenas operacional. O design, nesse contexto, se torna um motor de inovação, guiando a empresa em direção a práticas mais eficazes e alinhadas às necessidades reais dos usuários.

A medida que as empresas avançam no processo de maturidade em inovação, os designers desempenham um papel fundamental ao ajudar a estabelecer processos e estruturas que favoreçam a continuidade da evolução. Em estágios mais iniciais, eles educam a liderança sobre a importância de UX, realizando pequenas iniciativas de pesquisa e testes de usabilidade. À medida que a maturidade aumenta, o design se torna mais integrado às operações da empresa, com os designers liderando mudanças e promovendo a sustentabilidade das práticas de design centrado no usuário. Segundo a McKinsey & Company, empresas com uma forte orientação ao design apresentam um desempenho superior de 32% no crescimento de suas receitas e 56% a mais no retorno sobre o investimento (ROI), em comparação com aquelas que não priorizam o design.

A evolução do design, portanto, está intrinsicamente ligada à capacidade da empresa de inovar de forma contínua. Designers não apenas introduzem novas soluções, mas também ajudam a estabelecer uma cultura de melhoria constante, garantindo que os processos sejam ágeis, adaptáveis e sustentáveis. Um estudo da Forrester Research aponta que empresas que investem em design têm uma chance 228% maior de conquistar um cliente e 400% mais chances de aumentar a receita a longo prazo. Em última análise, o design se torna um fator decisivo para o sucesso de longo prazo da empresa, proporcionando um alinhamento contínuo entre as necessidades dos usuários, as metas de negócios e as estratégias de inovação.

Em resumo

O processo de evolução do design dentro de uma empresa é fundamental para a criação de soluções inovadoras e alinhadas às necessidades reais dos usuários. Com a crescente pressão por resultados rápidos e eficazes, a integração da Experiência do Usuário (UX) no DNA da organização se torna crucial. Cada estágio de maturidade em design reflete o grau de sofisticação com que a empresa adota práticas centradas no usuário, desde a conscientização até a plena integração dessas práticas nas decisões estratégicas e culturais.

A progressão no modelo de maturidade de UX oferece um caminho claro para os designers atuarem como agentes de mudança, promovendo práticas cada vez mais avançadas e impactando diretamente a experiência do cliente e o sucesso do negócio. Para avançar nesses estágios, é essencial investir em educação contínua, colaboração entre equipes e uma abordagem estratégica que coloque o usuário no centro de todas as decisões.

Independentemente do estágio em que sua empresa se encontra, a chave para o sucesso é a adaptação constante, a inovação contínua e a sustentabilidade das práticas de UX. Ao seguir esse caminho, sua empresa não só alcançará melhores resultados de design, mas também construirá uma cultura organizacional orientada ao usuário, pronta para enfrentar os desafios de um mercado dinâmico e cada vez mais orientado pela tecnologia.

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